segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ODONTOLOGIA PARA BEBÊS


Formação dos dentes do bebê 

A dentição começa a se formar meses antes do nascimento. Os dentes de leite a partir da 6ª semana e os permanentes por volta do 5º mês de vida intra-uterina. Assim, condições desfavoráveis durante a gestação como: infecções, carência nutricional, medicamentos inadequados, etc, podem trazer problemas aos dentes em fase de formação e mineralização. 


Favorecendo a saúde bucal do bebê 

Hábitos saudáveis como a higiene bucal diária e a boa alimentação da gestante, são fundamentais. Uma dieta balanceada, rica em fósforo, cálcio e vitaminas A, C e D, nutre o bebê e assegura-lhe o desenvolvimento de uma boa estrutura dental. Alimentos com muito açúcar e carboidratos devem ser consumidos com moderação e, evitados entre as refeições, pois seu consumo freqüente favorece a formação de cáries. 


Flúor na gravidez 

A suplementação de flúor durante a gestação, através de gotas ou comprimidos, somente está indicada quando a água de abastecimento público da cidade não for fluoretada. Neste caso, o Obstetra ou o Dentista poderá prescrever a suplementação adequada. 


Odontologia para Bebês – após o nascimento 

Importância da amamentação para os dentes do bebê 
A amamentação natural é fundamental para a saúde geral do bebê e prevenção de alterações bucais indesejadas. Além da importância afetiva e nutricional, o exercício muscular durante a sucção do seio, favorece a respiração nasal e ajuda na prevenção de problemas de posicionamento incorreto dos dentes e estruturas faciais. 


Higiene bucal do Bebê 

Apesar das bactérias que provocam cáries só aparecerem com a erupção dos dentes, uma higienização precoce treina o bebê a aceitar mais facilmente este hábito. Com uma gaze, ou ponta de fralda ou ainda uma dedeira de tecido, seca ou embebida em água filtrada e fervida ou soro fisiológico, os resíduos do leite materno são retirados, delicadamente, da boca do bebê. É interessante o uso do fio dental logo após o nascimento dos primeiros dentes para instituir o hábito nesta fase precoce. 


Transmissibilidade da cárie 

Beijos na boca do bebê, assoprar o alimento para esfriá-lo e o uso compartilhado de copos e talhares devem ser evitados desde cedo. Assim não se tornam costumes tão prejudiciais após o nascimento dos dentes, quando bactérias adquiridas por contato bucal, aderem aos dentes da criança favorecendo o aparecimento de cáries. 


A primeira visita do bebê ao Odontopediatra 

A Odontopediatria é uma especialidade da Odontologia que oferece aos bebês, crianças e adolescentes, um tratamento adequado a cada faixa etária. A primeira visita ao Odontopediatra deve ocorrer por volta dos seis meses, com o início da erupção dos primeiros dentinhos. Nesta visita, a mãe receberá orientações sobre: dieta, higiene, aplicação de flúor, transmissibilidade da cárie, uso adequado da mamadeira e chupeta e também, correção de maus hábitos como a sucção de dedo. 


A importância dos dentes de leite 

A presença dos dentes de leite é muito importante porque prepara o caminho (guia) para a erupção dos dentes permanentes, mantendo em equilíbrio harmônico o crescimento das estruturas da face (dentes, ossos e músculos); proporciona uma mastigação e deglutição adequadas dos alimentos e conseqüente digestão. Um dente de leite comprometido seriamente por um processo de cárie poderá levar a uma infecção, acarretando a má formação do dente permanente. Além disso, quando deparamos com crianças esteticamente comprometidas, percebemos que ocorrem nelas uma dificuldade de comunicação e integração social. 


Nascimento dos dentes de leite 

A idade média normal para o nascimento é por volta de seis meses de idade. Um atraso em torno de mais seis ou oito meses ainda poderá ser considerado dentro dos padrões da normalidade em nossa população. Também poderemos ter dentes de leite que erupcionam (nascem) antes do prazo médio, ou seja, logo após o nascimento ("dente natal"), ou por volta de dois a três meses de idade ("dente neonatal"). Se isso ocorrer, procure o odontopediatra. Ao nascimento dos dentes do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva, com aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar mais líquidas. Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, deveremos oferecer ao bebê alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva. 


Higiene dos primeiros dentinhos 

A escovação dos primeiros dentes deverá ser iniciada assim que estes estejam erupcionando, com escova infantil e de cerdas macias. Deve-se seguir uma ordem de seqüência para que todos os dentes sejam devidamente escovados bem como a língua da criança. É de extrema importância a escovação noturna, pois quando dormimos o fluxo salivar diminui e a proteção salivar quase não existe. Para crianças abaixo de três anos o creme dental recomendado não deve conter flúor, já a partir dos três anos recomendamos um creme dental desenvolvido para crianças e não para adultos, pois a concentração de flúor deste último é maior e com o desenvolvimento da deglutição ainda em formação a criança acaba ingerindo maior quantidade de flúor o que pode acarretar em uma doença chamada fluorose, ou seja, um excesso de flúor causando manchamento dos dentes permanentes sucessores. 


Traumatismo Dental 

Acidentes que provocam lesões na boca e dentes são comuns, principalmente com bebês e crianças que estão começando a andar. Em muitos casos ocorrem traumatismos que podem afetar dentes de leite ocasionando o seu "amolecimento" e graves conseqüências futuras, como o comprometimento da dentição permanente. 
Muitas vezes, o dano é maior do que aparenta ser, por isso, é importante consultar o Odontopediatra tão logo seja possível. Freqüentemente há necessidade de se fazer radiografias e observar o dente durante determinado período. 
É comum ocorrer, dois ou três dias após o acidente, mudança de cor ou escurecimento da coroa do dente, podendo ou não ser um indício de perda de vitalidade do dente. Neste caso, o dentista é quem irá indicar o tratamento mais adequado. 
A fratura de um ou mais dentes, em conseqüência de traumatismo (tombos, quedas de bicicleta, skate, colisão, etc.), pode danificar o nervo do dente. Deve-se sempre consultar o dentista, para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventuais problemas de vitalidade que possam ocorrer neste dente. 
Quando há a quebra do dente (fratura), tanto nos dentes de leite quanto permanentes, deve-se, se possível, recolher o pedaço quebrado e levá-lo juntamente com a criança, para que o dentista possa fazer a "colagem" e assim reconstituir o dente com seu aspecto original. 
Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer a perda total de um dente (avulsão). Se o dente for de leite, o reimplante não é indicado, pois a probabilidade de sucesso é mínima. No caso de dente permanente, no entanto, é aconselhável fazer o seu reimplante imediato, após delicada lavagem do mesmo com soro fisiológico e procurar o dentista, o mais rápido possível, para que seja feita sua fixação. Para que se aumentem as chances de sucesso do reimplante, é essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente após o acidente: 

• Mantenha a calma e faça a criança morder uma gaze ou pano limpo, com pressão, para controlar o sangramento; 
• Ache o dente; 
• Pegue o dente somente pela coroa. Não toque a raiz; 
• Limpe cuidadosamente o dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue; 
• Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. A parte côncava do dente é voltada para a parte interna da boca. Faça a criança morder a gaze ou pano limpo, para que o dente se mantenha na posição. Procure, imediatamente, o dentista; 
• Se não for possível colocar o dente em sua posição, mantenha-o, por ordem de preferência: em soro fisiológico ou leite morno, ou saliva da própria criança. A água é o meio menos indicado para armazenamento do dente avulsionado. Procure o dentista imediatamente, para que seja feita sua fixação e acompanhamento. 

O resultado final do reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do osso e da conservação do mesmo neste período. O dente deverá ficar fora do osso o menor tempo possível. 
O dente reimplantado será "fixado" pelo dentista em sua posição e deverá ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo poderá haver uma diminuição do tamanho da raiz. É necessário fazer um acompanhamento até que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas. 
É possível prevenir alguns acidentes, principalmente entre crianças que usam aparelhos fixos e praticam esportes individuais ou coletivos como patins, skate, bicicleta, futebol, judô, vôlei, etc., usando protetores bucais que podem ser feitos pelo dentista. 
Converse com o seu Odontopediatra a respeito. Prevenir acidentes sempre, a melhor opção! 


Cárie de mamadeira 

É um tipo de cárie que acomete os dentes de leite de crianças pequenas, que estão acostumadas a ter sua alimentação através de mamadeiras açucaradas, principalmente no período noturno. A criança quando adormece tem a diminuição do fluxo salivar, reduzindo a proteção natural que a saliva exerce sobre os dentes. O leite fica aderido à estrutura dentária provocando a formação de ácidos que destroem o esmalte que protege os dentes da criança. A cárie de mamadeira tem seu inicio com o aparecimento de manchas brancas quase imperceptível para os pais. Tem evolução muito rápida, e é extremamente dolorida. 


Como Prevenir a Cárie de Mamadeira 

- Não leve seu bebê para cama com uma mamadeira cheia de líquidos que contenham carboidratos. Isso inclui qualquer líquido com exceção da água. Mesmo suco de frutas ou leite diluídos em água podem aumentar o risco de cáries. 
- Desmame seu bebê, com orientação de seu médico, quando ele tiver entre 12 e 24 meses de idade. 
- Não use mamadeira durante o dia para confortar o bebê a menos que esteja cheia de água. 
- Não mergulhe a chupeta do bebê em açúcar ou líquidos açucarados. 
- Não adicione açúcar aos alimentos de seu filho. 
- Limpe os dentes e gengivas do bebê após cada amamentação. 
- Leve o bebê ao dentista assim que os primeiros dentes irromperem. 
- Ensine o bebê a beber de uma caneca antes do primeiro aniversário. 
- Certifique-se de que seu bebê esteja recebendo a quantidade certa de flúor. Se em sua cidade a água não for fluoretada, peça orientações ao médico ou dentista sobre suplementos. 
- Aplicação de técnicas de escovação adequadas para cada idade; 
- Uso do fio dental 
- Bochechos com substâncias anti-cariogênicas (a partir dos seis anos de idade) 
- Adoção de uma dieta equilibrada e regular; 
- Mamadeiras noturnas ou ingestão de bebidas e alimentos açucarados sempre seguidos de higienização; 
- Utilizar selantes de fóssulas e fissuras 


Flúor 

A aplicação de flúor no consultório dentário deverá ser iniciada já na dentição de leite (dentição decídua), assim que esta esteja completa por volta de dois anos e meio a três anos de idade. O flúor é um dos agentes importantes na redução da cárie dentária (que é uma doença infecto-contagiosa), em conjunto com outros métodos de prevenção, tais como a escovação e a dieta equilibrada, além do consumo de água fluoretada. 


Uso de Chupeta 

A chupeta ou a sucção do dedo, leva a um desequilíbrio das arcadas dentárias e à má posição dos dentes. O hábito da chupeta deverá ser interrompido por volta dos dois anos de idade, quando a criança já está consciente de suas vontades e não requer mais a compensação de sugar. Portanto, devemos encorajá-la a deixar o hábito, sendo, às vezes, uma troca agradável e consciente. A retirada do hábito de sucção do dedo requer mais consciência por parte da criança, força de vontade e sua colaboração, que poderá acontecer um pouco mais tarde. Nos casos mais severos, a avaliação de um psicólogo é recomendável. 


Uso de Antibióticos 

O antibiótico que mais poderá levar a manchas nos dentes de leite é a tetraciclina, quando administrada durante a gestação em grande quantidade e longa duração. O mesmo pode acontecer para os dentes permanentes quando administrado à criança logo após o nascimento. 


Respirador Bucal 

A criança que respira pela boca poderá apresentar sérias alterações na arcada dentária, por isso, o odontopediatra tem um papel primordial neste caso. 
Devemos estar atentos na primeira consulta, para avaliar a arcada dentária, a estrutura muscular da face e suas funções como mastigação, respiração, deglutição e a fala. É preciso perguntar às mães tópicos primordiais como: se a criança respira bem, dorme de boca aberta, ronca à noite, baba no travesseiro, tem dificuldade num esporte que exija esforço físico intenso, sonolência e falta de concentração na escola. 
Quando essas características estiverem presentes, provavelmente estaremos diante de uma criança que respira pela boca, fato que costuma contribuir para uma alteração, com falta de crescimento da arcada dentária. Neste caso, deve-se encaminhá-la para uma avaliação, com um otorrinolaringologista, que determinará as causas da respiração bucal e orientará qual o melhor tratamento para que ela volte a respirar pelo nariz. 
Geralmente, os aparelhos ortodônticos propostos, quando existe a mordida cruzada, com falta de crescimento da arcada superior, são aparelhos removíveis, chamados de Placas Expansoras, que poderão ser utilizados em crianças a partir dos cinco ou seis anos de idade. A criança troca os dentes e não a arcada, por isso, essa deverá ser corrigida antes de surgirem os primeiros dentes permanentes. 

No consultório, os senhores pais recebem orientações sobre medidas preventivas em diversos aspectos, entre eles: Higiene bucal, tipos de escovas e cremes dentais, uso de mamadeira e chupeta, dieta cariogênica, aplicação de flúor e selantes, enfim, tudo que possa contribuir para a formação de uma Geração “Cárie Zero”; pois sabemos que todo bom profissional deve ensinar às mães a manter a boa saúde bucal de seus filhos, desde a prevenção propriamente dita, até o tratamento de cáries, uso de aparelhos ortodônticos, maus hábitos (uso do dedo e chupeta) e questões relacionadas à respiração e à fala. Todos esses tópicos devem ser trabalhados para que o pequeno paciente se desenvolva dentro dos padrões de normalidade. 
Essa filosofia de trabalho parte da premissa de que não basta amar a criança. É preciso gostar de cuidar da criança como um todo além de fazer-se amar por ela. É possível ter uma infância livre de cáries, quando hábitos saudáveis de prevenção são adotados precocemente. A base da metodologia adotada em nosso trabalho está presente em todos os profissionais que amam o que fazem, isto é, exercer a profissão com prazer e alegria, transmitindo à garotada todo o afeto e segurança de que necessitam. Nosso objetivo é contribuir para o surgimento de uma nova geração, feliz, saudável e, principalmente, sem medo de ir ao dentista. 

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