Desde a antiguidade, dentes apinhados e irregulares tem sido um problema para alguns indivíduos e tentativas para corrigir essas desordens datam de, pelo menos, 1.000 anos a.C. Aparelhos ortodônticos primitivos foram encontrados em escavações gregas e etruscas. Naquela época, já havia consciência da má aparência causada pelos dentes torcidos, conforme relataram Hipócrates (460–377 a.C.) e Aristóteles (384–322 a.C.).
Celso, um escritor romano, chegou a afirmar, em 25 a.C., que os dentes podiam ser movimentados pela pressão digital: “Caso um segundo dente esteja irrompendo numa criança antes que o primeiro tenha esfoliado, o que deve ser feito é extrair e empurrar diariamente o novo dente com o dedo até que ele alcance sua posição correta”
Ortodontia é um assunto tão amplo, tão importante, com tantas possibilidades dos objetivos serem atingidos que ele é, em si mesmo, assunto para uma vida inteira de trabalho e estudo. É gratificante notar que a Ortodontia, por fim, está tomando o seu lugar entre as grandes especialidades médicas que a sua importância vem sendo cada vez mais claramente determinada.
Hoje o conceito de ortodontia uniu-se além da função e boa oclusão, á estética e beleza facial.
Independentemente do tipo físico e de padrões estéticos, existem aspectos que desagradam a todos, principalmente quando falamos da face. Além da questão estética e da auto-estima, algumas alterações, especialmente na região da boca e queixo, trazem problemas também para a saúde, como por exemplo, a respiração, que em muitos casos é seriamente comprometida.
Muito mais do que uma questão de beleza, o que se deve levar em consideração é a harmonia entre as partes do rosto e o comprometimento das funções, o que faz o assunto migrar para a área da saúde.
Alterações maxilares representadas por características faciais desproporcionais, como a prognatismo (queixo para frente), retrognatismo (queixo para trás) e excesso vertical maxilar (sorriso gengival ou face longa), ou diminui;cão da dimensão vertical (face curta, onde a boca fica "murcha") são questões que afetam a vida de muitas pessoas. Mudar esta situação é possível e os resultados são surpreendentes
CADA VEZ MAIS O ORTODONTISTA SE PREOCUPA NÃO APENAS COM A FUNÇÃO E HARMONIA DOS DENTES, MAS TAMBÉM COM A HARMONIA FACIAL. A BELEZA DA FACE DEPENDE DE TODO UM CONJUNTO. AFINAL, NÃO SOMOS APENAS "UMA BOCA". TEMOS ALÉM DOS DENTES OS TECIDOS MOLES COMO LÁBIOS,BOCHECHAS E MÚSCULOS QUE FAZEM PARTE DO TIPO DE FACE E DE PERFIL.
Padrão é um conjunto de regras limitantes, quantitativas ou geométricas, atuando para preservar a integração de partes sob condições variadas ou em épocas diferentes. Sugerimos que os padrões morfogenéticos e de crescimento sejam considerados com a mesma conotação. (Moyers et al. , 1979)
Padrão é um conjunto de regras limitantes, quantitativas ou geométricas, atuando para preservar a integração de partes sob condições variadas ou em épocas diferentes. Sugerimos que os padrões morfogenéticos e de crescimento sejam considerados com a mesma conotação. (Moyers et al. , 1979)
Na ortodontia mais atual, classificamos a face da seguinte forma: Padrão I, Padrão II, Padrão III, Face Curta ou Face Longa, de acordo com os critérios descritos por Capelozza Filho6.
O diagnóstico embasado na morfologia facial é o princípio da classificação do Padrão Facial. A partir do diagnóstico correto identificam-se, nas diferentes faixas etárias, protocolos de tratamentos consubstanciados por evidências
científicas, e, por isso mesmo, com prognósticos já estabelecidos para o curto e longo prazo.
(Silvia Reis).
PADRÃO I -
Os pacientes classificados como Padrão I são caracterizados pelo equilíbrio sagital e vertical da face nas visões frontal e lateral. Eles não são necessariamente bonitos, mas equilibrados sagital e verticalmente.
Para os leucodermas o perfil facial normal, ou do Padrão I, apresenta suave convexidade. Nos xantodermas, o perfil facial menos convexo é aceito como característica de normalidade. Nos melanodermas, por outro lado, o maior crescimento vertical resulta em aumento da convexidade facial nos pacientes Padrão I. (Silvia Reis)
Um bom exemplo de padrão I (e também simetria) é o rosto de Ana Paula Arósio.
Padrão I frente e perfil
PADRÃO II
O Padrão II é caracterizado pela convexidade facial aumentada, sem, entretanto, apresentar discrepância vertical. A grande maioria desses pacientes apresenta deficiência mandibular, associada ou não ao excesso de maxila. O excesso maxilar isolado é pouco freqüente. A deficiência mandibular é caracterizada pela linha queixo-pescoço curta, deficiência na protrusão do mento e eversão do lábio inferior. A postura do lábio superior depende da verticalização ou protrusão dos incisivos superiores.
A principal manifestação do Padrão II na visão frontal é a diminuição da altura do lábio inferior e mento e a eversão do lábio inferior. O paciente Padrão II não apresenta nem excesso maxilar vertical, nem deficiência de exposição dentária no sorriso, sendo esses os principais elementos para o diagnóstico diferencial com os Padrões face longa e face curta, respectivamente.
Como exemplo: Claudia Schiffer
Padrão II frente e perfil:
Caso bastante acentuado (cirúrgico)
PADRÃO III
O Padrão III, tem convexidade facial reduzida devido à deficiência maxilar, prognatismo mandibular ou a associação de ambos. No paciente deficiente maxilar observa-se a ausência da depressão infra-orbitária e da proeminência zigomática. O terço médio é pobre. A linha queixo-pescoço é longa, menos acentuada nos prognatas dolicofaciais. O diagnóstico diferencial desses pacientes com os do Padrão face longa é determinado pela exposição gengival no sorriso, normal nos prognatas, os quais não necessitam de reposição superior da maxila na cirurgia ortognática.
Na visão frontal, o paciente Padrão III é caracterizado, principalmente, pelo excesso de altura do lábio inferior e mento e deficiência no terço médio da face, inexpressivo. As discrepâncias de pequena também não são percebidas na avaliação frontal, melhorando o prognóstico de tratamento não cirúrgico
Padrão III frente e perfil:
Caso bem acentuado (cirúrgico)
COMPARAÇÃO ENTRE PADRÃO I , PADRÃO II E PADRÃO III
FACE LONGA -
Os pacientes Padrão face longa são caracterizados pelo excesso de crescimento vertical da maxila e rotação para baixo e para trás da mandíbula com ausência de selamento labial passivo, excesso de exposição gengival no sorriso e dos incisivos superiores no repouso. Devido ao excesso de crescimento vertical e
deficiência de crescimento sagital dos ossos faciais, são birretrusos.
Na avaliação da telerradiografia do perfil de pacientes face longa verifica-se abertura do ângulo goníaco, sínfise longa e estreita, maior distância entre o ápice do molar e o plano palatino e excesso de exposição do incisivo superior no repouso.
O selamento labial desses pacientes, quando presente, é forçado, com formação do mento duplo.
Esses pacientes são, normalmente, esteticamente desagradáveis e necessitam de cirurgia ortognática associada ao tratamento ortodôntico para restaurar o equilíbrio facial e permitir selamento adequado da musculatura peribucal. O planejamento cirúrgico desses pacientes inclui reposição superior e avanço da maxila, rotação para cima e para frente e avanço ou recuo da mandíbula e redução vertical do mento.
FACE CURTA -
Nos pacientes Padrão face curta a maxila tem pequeno crescimento vertical associada à rotação mandibular para cima e para frente. O mento é, geralmente, proeminente. Há pequena exposição dentária superior no sorriso, mesmo em pacientes jovens, e excesso de compressão labial no repouso, o que indica o
reposicionamento inferior da maxila como procedimento obrigatório na cirurgia ortognática desses pacientes.
O QUE UM ROSTO PRECISA TER PARA SER BONITO, OU MELHOR DIZENDO HARMÔNICO?
Há milhares de anos, o homem procura encontrar padrões de beleza que sejam, além de precisos, universais e atemporais. Dessa maneira, um rosto poderia ser considerado belo tanto na Grécia Antiga, como na Itália renascentista do século XV ou na Hollywood de hoje em dia.
Os antigos gregos foram os primeiros a observar que animais e plantas crescem de acordo com leis matemáticas. Então, pensaram eles, só deve haver uma maneira de resolver o problema da estética: equacionar os padrões de beleza e transformá-los em fórmulas matemáticas. Porém, foi somente depois de muitos séculos que o gênio renascentista Leonardo da Vinci descobriu a medida exata da beleza humana, conhecida como proporção áurea.
Segundo essa equação, o corpo e o rosto, quando são bonitos, apresentam uma determinada proporção matemática: de 1 para 1,618. Esta seria a relação de equilíbrio e simetria ideais para um corpo ou um rosto humano serem considerados bonitos. Levando em conta essa regra, a largura da boca é 1,618 maior do que a largura do nariz. E a largura da boca ideal, por sua vez, deve ser 1,618 maior do que a distância entre seu canto externo e a ponta da bochecha.
Até os dentes entram no esquema. Assim, a largura do dente incisivo central deve ser 1,618 maior do que a largura do incisivo lateral. Ou seja: a simetria facial, universalmente encarada como um fator determinante de saúde e beleza para homens e mulheres, poderia se resumir na proporção ideal de 1 para 1,618.
Só que vamos combinar que isso é um tanto difícil, certo? E para facilitar os cálculos, o cirurgião plástico americano Stephen Marquardt desenvolveu uma máscara da beleza ideal baseada nessa proporção. Conclusão: só os rostos que se encaixassem nas medidas da máscara seriam considerados simétricos, portanto, bonitos. Segundo essa equação, o corpo e o rosto, quando são bonitos, apresentam uma determinada proporção matemática: de 1 para 1,618. Esta seria a relação de equilíbrio e simetria ideais para um corpo ou um rosto humano serem considerados bonitos. Levando em conta essa regra, a largura da boca é 1,618 maior do que a largura do nariz. E a largura da boca ideal, por sua vez, deve ser 1,618 maior do que a distância entre seu canto externo e a ponta da bochecha.
Até os dentes entram no esquema. Assim, a largura do dente incisivo central deve ser 1,618 maior do que a largura do incisivo lateral. Ou seja: a simetria facial, universalmente encarada como um fator determinante de saúde e beleza para homens e mulheres, poderia se resumir na proporção ideal de 1 para 1,618.
Mas será que Gisele Bündchen, dona de um nariz marcante, seria considerada pouco atraente só porque suas medidas faciais não casam à perfeição das proporções da máscara do cirurgião americano? Não dá para dizer se um rosto é belo ou não apenas analisando medidas. "O conceito de beleza é subjetivo. O que é bonito para mim, pode não ser para você. O que devemos procurar, entretanto, é ter um rosto de proporções equilibradas, não propriamente simétricas, com medidas exatas. Uma face harmoniosa é aquela agradável de olhar em seu todo."
Um exemplo é o rosto do ator Tom Cruise. Pela proporção áurea, seu nariz não seria considerado um modelo de perfeição. E seus dentes possuem um desvio de linha média considerável. "Porém, quando olhamos para seu rosto como um todo, o defeito se torna pequeno, pois há harmonia em sua face", diz a cirurgiã dentista Sabrina Tonelli Bergaro.
Desvio de linha media (dentaria) para esquerda e desvio do nariz para direita.
Parâmetros dentários
Um método classificatório tem como principal objetivo estabelecer parâmetros para um bom diagnóstico, com conseqüente planificação eficaz do tratamento e avaliação dos resultados obtidos. Além disso, possibilita a criação de uma linguagem ortodôntica universal que facilita sobremaneira a troca de informações entre os profissionais e a comparação entre os casos.
Em 1972, Andrews realizou uma pesquisa que identificou "As seis chaves da oclusão normal", descrevendo as características fundamentais de uma oclusão dentária sob o ponto de vista morfológico, servindo também como guia para a finalização adequada dos tratamentos ortodônticos.
É imperativo considerar a enorme contribuição que o estudo de Andrews proporcionou à Ortodontia, não apenas por culminar em outros trabalhos que o levaram a desenvolver o aparelho Straight Wire, mas também por criar objetivos claros e de melhor qualidade para a finalização dos tratamentos ortodônticos levando, conseqüentemente, à redução da subjetividade dos casos. No entanto, embora seja considerado um parâmetro importante para direcionar as condutas terapêuticas do ortodontista na busca de qualidade no tratamento de nossos pacientes, estudos comprovaram que em relação às seis chaves da oclusão normal, a ausência de um ou mais destes fatores não deve ser vista rigidamente como insucesso, já que a ocorrência concomitante destas características é muito rara na população.
Em 2006, Carlos Alexandre Câmara desenvolveu o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) com a finalidade de dar uma noção exata dos posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação desses com a gengiva e os lábios.
Um exemplo é o rosto do ator Tom Cruise. Pela proporção áurea, seu nariz não seria considerado um modelo de perfeição. E seus dentes possuem um desvio de linha média considerável. "Porém, quando olhamos para seu rosto como um todo, o defeito se torna pequeno, pois há harmonia em sua face", diz a cirurgiã dentista Sabrina Tonelli Bergaro.
Desvio de linha media (dentaria) para esquerda e desvio do nariz para direita.
Parâmetros dentários
Um método classificatório tem como principal objetivo estabelecer parâmetros para um bom diagnóstico, com conseqüente planificação eficaz do tratamento e avaliação dos resultados obtidos. Além disso, possibilita a criação de uma linguagem ortodôntica universal que facilita sobremaneira a troca de informações entre os profissionais e a comparação entre os casos.
Em 1972, Andrews realizou uma pesquisa que identificou "As seis chaves da oclusão normal", descrevendo as características fundamentais de uma oclusão dentária sob o ponto de vista morfológico, servindo também como guia para a finalização adequada dos tratamentos ortodônticos.
É imperativo considerar a enorme contribuição que o estudo de Andrews proporcionou à Ortodontia, não apenas por culminar em outros trabalhos que o levaram a desenvolver o aparelho Straight Wire, mas também por criar objetivos claros e de melhor qualidade para a finalização dos tratamentos ortodônticos levando, conseqüentemente, à redução da subjetividade dos casos. No entanto, embora seja considerado um parâmetro importante para direcionar as condutas terapêuticas do ortodontista na busca de qualidade no tratamento de nossos pacientes, estudos comprovaram que em relação às seis chaves da oclusão normal, a ausência de um ou mais destes fatores não deve ser vista rigidamente como insucesso, já que a ocorrência concomitante destas características é muito rara na população.
Em 2006, Carlos Alexandre Câmara desenvolveu o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) com a finalidade de dar uma noção exata dos posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação desses com a gengiva e os lábios.
DIAGRAMA DE REFERÊNCIAS ESTÉTICAS DENTÁRIAS (DRED)
O Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) define o que deverá ser criado ou alcançado com os dentes ântero-superiores. A finalidade desse diagrama é dar uma noção exata dos posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação desses com a gengiva e os lábios. Esse diagrama é constituído de seis caixas que englobam os incisivos e caninos superiores; e os seus limites irão ser específicos para cada referência estética. Cada caixa irá englobar o seu respectivo dente, obedecendo aos seus limites. Embora essas caixas possam servir de referência nos vários planos de observação, o DRED será avaliado em uma visão de 90o em relação ao plano frontal, ou seja, perpendicular a esse plano. O diagrama tem um conceito semelhante a outros diagramas apresentados na literatura, apresentando, no entanto, sutis diferenças na sua concepção, sendo a principal a avaliação das linhas do sorriso, como será explicado adiante. A sua utilização facilitará o planejamento e a visualização do melhor posicionamento estético dos dentes anteriores, sendo o seu objetivo forne- cer informações que possam auxiliar nas suas reor- ganizações e reestruturações, quando esses dentes tiverem que ser reposicionados e/ou restaurados. Naturalmente, a estética é algo subjetivo, entretan- to, acredita-se que as regras gerais se aplicam a cada indivíduo6. Cada paciente tem o seu próprio diagra- ma de referência, que é determinado pelos dentes e estruturas adjacentes. Caso o diagrama do pa- ciente não esteja harmonioso e necessite ser muda- do, o DRED servirá como modelo. Esse parâmetro geométrico não deve ser visto como imutável, mas como um guia útil para a obtenção de melhores resultados estéticos nos tratamentos odontológicos.
Com a utilização do DRED poderão ser visualizados :
- Simetria
- Eixos dentários
- Limite do contorno gengival
- Nível do contato interdentário
- Bordas incisais
- Proporções dentárias
- Linhas do sorriso
Explicação ótima, mas mesmo assim não consigo ainda classificar uma face :///
ResponderExcluirmaravilhosa sua explicação..
ResponderExcluirQue explicação incrivel e detalhada
ResponderExcluirExcelente publicação !!
ResponderExcluirAdorei o conteúdo , extremamente bem explicado !!
Parabéns !!
Parabéns pela forma clara que aplica seus conhecimentos
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