Além de comparar os resultados do clareamento, os pesquisadores também avaliaram os efeitos adversos que a luz (laser)provoca nos dentes. Eles constataram que o calor emitido é prejudicial para o esmalte dos dentes, deixando-o mais rugoso e diminuindo a sua resistência.
Os pesquisadores usaram dentes humanos recém-extraídos e os dividiram ao meio. Antes de iniciar o procedimento, a cor dos dentes foi avaliada de acordo com uma escala.
Em seguida, uma metade do dente recebeu o gel clareador com o auxílio de luz e a outra metade recebeu apenas o produto químico. Foram avaliados sete géis disponíveis no mercado (desses, ao menos quatro são usados no Brasil).
Sem diferença
Os resultados do clareamento foram comparados imediatamente e uma semana mais tarde. Os pesquisadores constataram que não houve diferença de cor no resultado final.
A pesquisa reacende uma discussão polêmica sobre o real efeito das luzes, entre elas o laser, no resultado do clareamento. Hoje, o uso do laser é amplamente divulgado como um diferencial a mais no tratamento, porque, em tese, ele traria resultados melhores.
A questão discutida pela comunidade científica é que o clareamento é proporcionado pelo agente oxidante presente na composição do gel e não pela luz. Isso porque o gel, em contato com a saliva, inicia uma reação química e libera moléculas de oxigênio. São elas que penetram nos dentes e quebram as moléculas de carbono (mais escuras), fazendo o dente ficar mais branco.
"O clareamento dental existe há 20 anos e há uns dois ou três anos trabalhos científicos estão apontando que a luz não significa tudo aquilo que a gente pensava. Dentro da comunidade científica, a gente sabe que a luz não traz tantos efeitos, mas muitos dentistas a usam como marketing", diz Cláudia Cia Worschech, diretora-científica da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.
Mais sensibilidade
Segundo Worschech, o clareamento dental surgiu nos EUA, em 1989, para ser usado com gel de baixa concentração, em moldeiras, durante algumas horas por dia. Mas, com o passar do tempo, a composição dos géis foi ficando mais concentrada, para que a ação fosse mais rápida, e as fontes de luz foram associadas, pois elas pareciam estimular ou otimizar a liberação de oxigênio, tornando o clareamento mais eficaz.
"O problema surgiu porque, com o aumento da concentração dos géis e o uso de luzes ativadoras, apareceram os primeiros relatos em relação à sensibilidade acentuada dos dentes durante o procedimento ou logo após", explicou Worschech.
Worschech questiona parte dos resultados. Para ela, ainda não há comprovação científica suficiente que mostre que os dentes ficam mais fracos e sem resistência após o procedimento. "A gente sabe que há uma alteração da superfície do esmalte do dente, que gera uma hipersensibilidade, mas esse é um efeito transitório, sem implicações clínicas", afirma. Porém sabemos que calor não combina com polpa, podendo essa sensibilidade transitória levar a um tratamento endodôntico futuramente.
Hoje em dia o mais indicado é o gel de baixa concentração, 2 horas por dia e em caso de sensibilidade aplicar flúor. Qualquer dentista que tem experiência clínica com o laser, sabe que ele gera muito mais sensibilidade. A partir daí apareceram das mesmas empresas que vendiam o gel ativado pelo laser, o gel light free!!!! Por que será? É praticamente o mesmo gel, sem algumas cores que mudavam com a luz. Vale a pena refletir!!!!!
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